ABIMDE
A ABIMDE (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança) participou, no dia 15 de maio, do webinar Comércio Internacional e o Mercado de Defesa e Segurança: Desafios e Oportunidades, promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS). O evento reuniu especialistas para debater os principais entraves e perspectivas do setor em formato on-line.
Representando a entidade, o Diretor-Executivo da ABIMDE, Coronel Armando Lemos, apresentou a palestra Barreiras e Oportunidades no Mercado Global de Defesa e Segurança: Estratégias para Superar Desafios e Explorar Novas Fronteiras. A exposição teve como objetivo apresentar uma visão detalhada das dificuldades enfrentadas pelas empresas da indústria nacional e apontar caminhos práticos para ampliar a presença internacional da Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS).
O Coronel Lemos iniciou sua apresentação contextualizando o papel da ABIMDE, entidade fundada em 1985 para representar e fortalecer a indústria nacional de defesa. Ele também destacou o trabalho desenvolvido em parceria com a ApexBrasil por meio do Projeto Setorial de Exportação, que apoia a internacionalização das empresas por meio de participação em feiras no exterior, recepção de delegações internacionais e ações promocionais no Brasil. Também mencionou a Mostra BID Brasil, única feira dedicada exclusivamente à indústria de defesa nacional, cuja próxima edição está prevista para novembro de 2026, em Brasília.
Ao tratar do mercado de defesa e segurança, o Diretor-Executivo descreveu-o como um dos mais dinâmicos e complexos do mundo, fortemente influenciado por fatores geopolíticos, regulamentações específicas e avanços tecnológicos acelerados. Ressaltou o crescimento significativo do setor no período recente, impulsionado por tensões internacionais e pela modernização de forças armadas em diversos países, mas também alertou para os desafios, como a intensa concorrência, a complexidade regulatória e as exigências crescentes de conformidade.
“Precisamos entender que não basta ter bons produtos; é preciso cumprir rigorosamente os requisitos internacionais e atuar de forma estratégica para conquistar mercados altamente disputados”, afirmou Lemos.
Entre os exemplos de transformação tecnológica, o Coronel Lemos destacou o impacto de soluções emergentes como inteligência artificial, drones e sistemas de cibersegurança, cada vez mais presentes em produtos e operações militares. Citou a Embraer como um caso de sucesso nacional na inserção internacional, em especial com as aeronaves Super Tucano e KC-390, fruto de investimentos em inovação e parcerias estratégicas.
Na segunda parte da palestra, ele abordou em profundidade as principais barreiras enfrentadas pelas empresas brasileiras que buscam atuar no comércio internacional de defesa. Entre elas, destacou:
• Barreiras regulatórias e controle governamental, como o ITAR (International Traffic in Arms Regulations), dos Estados Unidos, e legislações similares em países como Japão e membros da União Europeia.
• Exigências de certificação e conformidade técnica, como a necessidade de adequação a normas ISO, OTAN e, no caso de coletes balísticos, aos padrões do National Institute of Justice (NIJ).
• Conflitos geopolíticos e instabilidade regional, que podem levar ao cancelamento de contratos e restrições impostas por sanções internacionais, conforme previsto no Decreto nº 9.607/2018.
• Concorrência global desleal, especialmente com grandes conglomerados estrangeiros fortemente subsidiados por seus governos.
“Essa estrutura de certificação é uma ferramenta fundamental para elevar a credibilidade das nossas empresas e garantir competitividade frente a fornecedores estrangeiros”, explicou.
O Coronel Lemos também destacou que a ABIMDE, por meio de sua divisão de certificação acreditada pelo Inmetro desde 2021, tem atuado para apoiar a indústria nacional na adequação às exigências internacionais, com mais de mil produtos e cem marcas já certificadas.
Para enfrentar os desafios e ampliar sua competitividade, o Diretor-Executivo da ABIMDE recomendou que as empresas brasileiras invistam no fortalecimento de suas marcas e presença internacional, participem ativamente de feiras e missões comerciais, e aproveitem os recursos oferecidos pelo Projeto Setorial de Exportação. Mencionou eventos como a IDEX, LAAD, DSEI e Eurosatory como plataformas estratégicas para posicionamento internacional das empresas.
“A internacionalização deve ser encarada como uma meta contínua e estruturada. Temos potencial, conhecimento técnico e produtos de excelência — agora precisamos consolidar nossa presença global”, concluiu.
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